Vamos deixar uma coisa bem clara: investir não é só para ricos ou génios da bolsa. Também é para totós, que era exatamente como eu me sentia antes de aprender e começar a investir.
Este é o guia que teria facilitado muito a vida ao “Pimenta Totó” de há algumas décadas, quando o dinheiro era um quebra-cabeças e o mundo dos investimentos um mistério. E é o guia que te vai ajudar a dar o primeiro passo, se já decidiste que queres começar a investir… mas não sabes como. Bora lá, pimentinha?

Primeiro, sê honesto contigo
Já estás de cartão na mão, ansioso pelo teu primeiro investimento?
Calma, jovem. Comecemos pelo princípio. Antes de clicares em “comprar ações” ou “subscrever fundo”, precisas de responder a três perguntas básicas:
1. Porque é que queres começar a investir?
Para a reforma? Para comprar casa? Para uma viagem de sonho?
Define objetivos concretos — isso vai ajudar-te a determinar o tipo de produto, o risco e o prazo que fazem sentido para a tua estratégia de investimento.
2. Qual é o teu perfil de risco?
Há três perfis clássicos:
- Investidor Conservador → Segurança acima de tudo. Este perfil de investidor refere depósitos a prazo, certificados e produtos de capital garantido. Basta-lhe uma pitada de picante.
- Investidor Moderado → Gosta de equilíbrio. Investe parte em produtos mais voláteis, mas mantém alguma segurança. Um pouco como arriscar um picante mais agressivo, mas tendo sempre um iogurte à mão como precaução.
- Investidor Arrojado → Corre mais riscos por retorno maior. Está confortável com a volatilidade das ações, ETFs e startups (explico-te o que são mais à frente). Este perfil de investidor adora explorar novos picantes, mas só porque tem resistência para tal.
3. Quão brevemente pretendes obter lucro?
Investir para um objetivo a 6 meses não é igual a investir para 10 anos. No curto prazo, deves proteger o capital. No longo prazo, podes aguentar mais oscilações em busca de rentabilidade.
Produtos de Investimento: onde podes investir?
Hoje em dia, existem ferramentas simples, valores acessíveis e conteúdos educativos gratuitos que facilitam muito começar a investir. Podes fazê-lo com tão pouco quanto 10€, 50€ ou 100€. Mas primeiro, é importante familiarizares-te com os vários tipos de investimentos disponíveis. Estes são alguns dos principais.
Depósitos a Prazo
São como “estacionar” o dinheiro no banco por um período definido. O banco usa o teu dinheiro, e depois devolve-o com juros. É um produto de risco muito baixo, mas também de rentabilidade baixa. Ideal para construíres um fundo de emergência que vai crescendo aos poucos e para iniciantes.
Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro
Títulos emitidos pelo Estado. Ou seja, estás, basicamente, a emprestar dinheiro ao governo — e a receber juros em troca. Uma vez que são emitidos pelo Estado, o risco é muito baixo (afinal qual a probabilidade de o Estado Português falir?) e a rentabilidade é geralmente moderada, dependendo da taxa.
A grande diferença é que os Certificados de Aforro têm um valor mínimo de entrada mais baixo, enquanto os do Tesouro têm prazos e regras diferentes, normalmente para horizontes mais longos. Podes saber mais sobre estes produtos em AforroNet.
PPR (Plano Poupança Reforma)
Este é um produto pensado para a reforma. Podes investir com regularidade e, em troca, podes ter benefícios fiscais (se mantiveres o dinheiro por vários anos). O risco varia entre baixo ou médio, dependendo do tipo de PPR (seguro ou fundo). A rentabilidade é variada, mas estável nos de baixo risco. É uma opção interessante para quem quer começar a poupar com disciplina.
Fundos de Investimento Imobiliário
Investes em imóveis — mas sem comprar casa. Compras uma “parte” de um fundo que gere e arrenda propriedades. Este é um produto estável e com potencial de valorização, ideal para diversificar e ter exposição ao mercado imobiliário mesmo com pouco capital. O risco é geralmente moderado, mas depende sempre do mercado imobiliário.
Ações
Quando compras ações, tornas-te “dono” de uma parte de uma empresa. Se ela cresce, ganhas. Se cair… também levas por tabela. Investir em ações tem um risco elevado e envolve volatilidade diária, mas a rentabilidade é potencialmente elevada a longo prazo. É um produto adequado para investidores com perfil arrojado. Para começar a investir em ações, existem plataformas como a XTB ou a Degiro.
ETFs (Exchange-Traded Funds)
São como “pacotes” de ações ou obrigações. Compras um ETF que segue um índice (por exemplo, o famoso S&P 500) e, assim, estás a investir em dezenas ou centenas de empresas de uma vez. O risco é médio a alto, mas extremamente diversificado. Já a rentabilidade, depende muito do mercado. É uma opção interessante para quem quer diversificar com pouco dinheiro. Podes explorá-la em plataformas como XTB ou Degiro.
Fundos de Ações, Obrigações e Mistos
Permitem-te investir de forma diversificada sem escolher ativos um a um. Os fundos de ações aplicam o dinheiro em empresas cotadas, com maior potencial de retorno — mas também maior risco. Os fundos de obrigações investem em dívida de empresas ou governos, oferecendo rendimentos mais estáveis e risco mais baixo. Já os fundos mistos combinam os dois mundos, ajustando a proporção de ações e obrigações conforme o mercado, equilibrando segurança e rentabilidade. São geridos por profissionais e ideais para quem quer começar a investir sem complicações.
Investimento em Startups (Crowdfunding
Investes pequenas quantias em empresas em início de vida. Se uma delas for o próximo “unicórnio”, tens muito a ganhar. Mas o risco é alto. É ideal para quem procura apostar em inovação (com dinheiro que está disposto a perder).
Diversificação: o elemento chave
Investir tudo no mesmo ativo é o equivalente financeiro a despejar o picante mais intenso do menu diretamente no teu prato: até pode correr bem… mas é arriscado.
Diversificar significa distribuir o risco para o minimizar. Porquê? Porque se investires apenas num produto, estás inteiramente dependente do seu desempenho. Por outro lado, se investires em vários, as probabilidades ficam do teu lado.
Agora, em Pimentês: precisas de transportar 10 ovos do galinheiro para casa. Se os colocares todos no mesmo cesto, basta ele cair para te lixar o almoço. Se os transportares em dois cestos diferentes, é menos provável que ambos caiam, certo?
Ovos à parte, há várias formas de diversificar os teus investimentos:
- Por classe de ativos → ações, obrigações, imobiliário, etc.
- Por localização geográfica → investir fora de Portugal ajuda a reduzir o risco local.
- No tempo → investir aos poucos ao longo do tempo (ex. todos os meses).
- Por setor ou indústria → não coloques tudo em energia ou tecnologia, por exemplo.
🌶️ Dica do Pimenta: Investir regularmente com entregas automáticas (ex: 50€/mês) reduz o risco de entrares no mercado num mau momento.
Investimentos à prova de totosice
Deves ter algumas noções para garantir que vais começar a investir com cabeça e segurança. Toma nota:
- Não invistas sem fundo de emergência
Ter 3 a 6 meses de despesas em conta é absolutamente obrigatório. Se queres aprender a construir o teu, espreita o nosso artigo sobre Planear o Fundo de Emergência em 10 minutos!
- Nunca invistas com dinheiro de que vais precisar
O mercado sobe e desce — e tu não queres ser forçado a vender na baixa. Por isso, precavém-te. Uma forma de o fazeres é investindo apenas dinheiro de que não vais precisar nos próximos 12 meses, por exemplo.
- Não te apaixones por produtos financeiros
Aquela ação da tua empresa favorita pode não ser o melhor investimento. Investiga o desempenho ao longo dos anos, percebe o contexto atual do mercado e da própria empresa e pondera antes de agires. - Confia mais em ti do que nos “gurus”
Contra mim falo, não é? Mas isto é importante. Aprender o básico, fazer perguntas e seguir um plano adaptado a ti é essencial para te safares no mundo dos investimentos. Eu? Estou apenas aqui para te guiar, não aconselhar.
Começa, porra! Sem medos!
Absorveste este conteúdo como uma esponja? Maravilha.
Mas de nada te serve se continuares à espera do “momento certo” para começar a investir. O melhor momento foi ontem. Hoje é o segundo melhor. Este é um daqueles casos em que adiar custa muito mais do que agir.
Se ainda não te sentes confiante para dar o primeiro passo, que tal juntares-te à Comunidade Pimenta on FIRE? Lá, encontras recursos educativos, masterclasses exclusivas e muitas outras ferramentas para apimentares os teus conhecimentos!
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🔥 Nota final: dá hoje o primeiro passo. Daqui a uns tempos, vais agradecer a ti próprio.
Um abraço bem apimentado,
Nuno Pimenta 🌶️